2023
A cor da dor
Entry type: Single project
Country/area: Brazil
Publishing organisation: Jornal O POVO
Organisation size: Small
Publication date: 2022-01-07
Language: Portuguese
Authors: Alexandre Cajazeira, Cláudio Ribeiro, Marcela Tosi, Thays Lavor

Biography:
Alexandre Cajazeira: Mestre em Ciência da Computação e cientista de dados.
Cláudio Ribeiro: Jornalista investigativo
Marcela Tosi: Jornalista
Thays Lavor: Mestra em comunicação, jornalista de dados e especialista em ciência de dados.
Project description:
Em três episódios, o especial A cor da dor revela, a partir de um levantamento de dados exclusivo, feito pela Central de Jornalismo de Dados do O POVO – DATADOC, como o estado do Ceará ignora a raça das mulheres vítimas de violência doméstica, comprometendo assim políticas públicas para o setor. Os dados foram obtidos via Lei de Acesso à Informação (LAI) e além de revelarem a omissão do governo durante 9 anos e 11 meses, também traça um perfil social e econômico da vítimas, e identifica os horários e dias da semana de maior recorrência da violência.
Impact reached:
Esta reportagem guiada por dados teve o maior tempo de leitura e audiência da plataforma fechada do jornal O POVO, o que demonstra que conteúdo baseado em evidência, contextualizados, humanizados e com recursos práticos de visualização de dados podem prender a atenção do leitor. O material também foi manchete da versão impressa do jornal.
Outro ponto importante, é que se a série histórica dos casos de violência doméstica obtidos pela reportagem, servem como base para um dataset maior dos casos da mesma natureza. Ou seja, agora o jornal possui uma série histórica deste tipo de violência, e apenas atualiza os casos via dados disponibilizados na transparência ativa dos órgãos de segurança pública. Isso é muito importante porque economiza tempo dos jornalistas e proporciona a criacão de diversos outros conteúdos. Este material também foi finalista do mais relevante prêmio de jornalismo de dados do Brasil, o Cláudio Weber Abramo , organizado pela Escola de Dados.
Techniques/technologies used:
Utilizamos a Lei de Acesso à Informação como principal ferramental para obtenção de dados.
Para limpeza e analise de dados foi utilizado Google Sheets.
Para a visulização de dados foi utilizado Flourish.
Context about the project:
O quesito “raça/cor” passou a ser campo obrigatório dos registros administrativos, cadastros, formulários e bases de dados do Governo Federal desde dezembro de 2012. Mas ainda é um desafio a sua implementação nos registros de segurança pública, como por exemplo o Boletim de Ocorrência.
A inclusão desse tipo de dado visa orientar os órgãos públicos na adoção de ações de promoção da igualdade racial previstas na Lei 12.288, que institui o Estatuto da Igualdade Racial e atende a uma das mais antigas reivindicações do movimento negro brasileiro. Portanto a relevância de se discutir esse assunto , e que vai além da abordagem dos casos de violência (não menos importantes), mas que mostra uma violência aqui do estado, que deveria garantir e ampliar os direitos dos cidadãos, e não negligenciar.
Outro ponto importante de destacar é que esta reportagem foi realizada em um contexto de lockdown no Brasil, ou seja, devido as medidas restritivas para Covid-19 foi um imenso desafior encontrar as vítimas de violência doméstica e conquistar sua confiança para que pudessem falar com a reportagem e contar suas histórias de vida.
What can other journalists learn from this project?
A ausência de dados também é uma informação relevante e que deve ser denunciada e discutida pelo jornalismo. Como foi o caso deste especial, quando percebemos que o campo raça/cor não era registrado, logo despertamos que aquele seria o gancho do especial.
O quesito “raça/cor” passou a ser campo obrigatório dos registros administrativos, cadastros, formulários e bases de dados do Governo Federal desde dezembro de 2012. Mas ainda é um desafio a sua implementação nos registros de segurança pública, como por exemplo o Boletim de Ocorrência.
A inclusão desse tipo de dado visa orientar os órgãos públicos na adoção de ações de promoção da igualdade racial previstas na Lei 12.288, que institui o Estatuto da Igualdade Racial e atende a uma das mais antigas reivindicações do movimento negro brasileiro.
Ao adotar este tipo de abordagem, é uma maneira de subverter a lógica comum das pautas e fazer um jornalismo investigativo que discute políticas públicas e direitos humanos de uma forma mais ampla e baseada em evidências.
Project links:
https://mais.opovo.com.br/reportagens-especiais/violencia-contra-mulher-dados